sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

A Escola de Cristo - T. Austin-Sparks



Prefácio da Terceira Edição Revisada

A ministração contida neste pequeno livro foi escrita sobre a bigorna de envolvimentos profundos e drásticos de Deus com o vaso. Não é apenas algo doutrinário; é algo experimental. Somente aqueles que realmente querem se relacionar com Deus irão suportar as dores requeridas para lê-lo. Para tanto, duas palavras de aviso podem ser úteis. Primeiramente, tente se lembrar de tudo, a fim de que a palavra falada seja retida. As mensagens foram dadas em conferência, e o leitor deve tentar entrar no espírito dela, e se preocupar em ouvir, e não apenas em ler. No discurso, o mensageiro pode ver, pelas faces diante dele, onde a repetição ou ênfase, ou uma elucidação mais completa, é necessária. Isto explica o porquê de muito disso não ter precisamente o caráter de uma produção literária. O discurso tem as suas dificuldades para os leitores, mas também tem os seus valores.
Então, meu conselho é que não deveria ser lido muito de uma só vez. Quase toda página requer que se reflita sobre ela, e a fadiga pode simplesmente prejudicar, se muito for lido sem uma meditação tranqüila.
De todos os livros que têm sido discutidos a partir deste ministério, este é o que eu recomendo como aquele que vai mais profundamente às raízes e fundações da nossa vida em Cristo, com Deus.
Que Ele faça com que esta leitura resulte numa completa compreensão do significado de Cristo.
T. AUSTIN-SPARKS.

LONDRES,
Julho de 1964.










A Escola de Cristo (T. Austin-Sparks)


Capítulo 8 

A Lei Governante do Amor Divino

Ler: João 1:4; 2:3; 3:3; 4:13-14; 5:5-9; 6:33-35; 9:1-7; 11:1-6, 17,21,23,25-26.

UM PONTO ZERO
Todas essas passagens que temos lido são realmente uma seqüência. Elas são conseqüências do primeiro: "“Nele estava a vida; e a vida era a luz dos homens"". E você perceberá que elas representam um ponto zero. A mãe de Jesus disse para Ele: Eles não têm vinho; não há nada para se extrair! O próximo capítulo é apenas outra maneira de dizer a mesma coisa. Nicodemos veio a Jesus e procurou começar por um ponto no qual considerou ser viável para se negociar com Jesus, mas era um ponto muito avançado, para que o Senhor pudesse aceitar; Assim, Jesus trouxe Nicodemos de volta para o ponto zero, e lhe disse: Você precisa nascer de novo. Nós não podemos começar em qualquer outro ponto que não esse. Se você e eu queremos ter qualquer tipo de relacionamento vivo, precisamos ir direto para lá: para ponto zero, e começar a partir dali. ""Precisamos nascer de novo"", pois, se alguém nascer de novo, não poderá ver o Reino de Deus. De nada adiantará iniciarmos de outro ponto, de onde estaremos incapacitados de ver. O capítulo 4 é outra maneira de se estabelecer a mesma verdade. A mulher samaritana, afinal de contas, estava na bancarrota, no zero. Jesus gradualmente dá abertura para uma conversa e a última conversa dela, em efeito, é: Bem, eu não sei nada sobre isso; venho aqui todos os dias, mas não sei do que você está falando! Ela está no zero: e então Ele diz: É aí que começamos. A água que eu te der não vem dessa fonte, absolutamente, não é algo que você pode produzir ou melhorar. Não, é algo que procede unicamente de Mim; é um ato completamente separado de você. E aqui nós começamos novamente o mesmo assunto.
Então, no capítulo 5, o Espírito Santo é cuidadoso em deixar bem claro que aquele pobre camarada estava num estado de desesperança; que todo esforço tinha sido em vão; que cada esperança estava desapontada. Por 38 anos, uma vida, esse homem tinha estado daquele jeito, e pode-se ver o desespero desse homem. E o Senhor Jesus não diz a ele: Olhe aqui, você é um pobre aleijado; Eu vou pegar a sua mão, e após um período de tratamento, você irá poder andar; vou tornar esses seus velhos membros novos; irei melhorar a sua condição. Nada disso. Num instante, num momento, um novo início se dá. O efeito daquilo que Jesus faz é como se aquele homem nascesse de novo. E isto ocorre não simplesmente curando o velho homem, mas fazendo dele um novo homem, em princípio. Isto é algo que acontece, que não estava lá antes, que não podia ser produzido antes, é algo que unicamente Cristo poderia ter feito. É o ponto zero; e Jesus começou do zero.
Capítulo 6— uma grande multidão. Aonde compraremos pão suficiente para esta multidão? Bem, era uma situação bastante desesperadora, mas através de Seu próprio agir, Jesus resolve a situação, e então segue com o Seu grande ensino, para interpretar o que Ele tinha feito, alimentando a multidão. Jesus diz: Eu sou o Pão que desceu do céu. Não há nada aqui na terra que possa satisfazer esta necessidade; isto tem que vir do céu; Pão do céu para a vida do mundo: do contrário o mundo fica morto. Nós começamos do zero. ( Os pães e os peixes podem representar nossa pequena medida de Cristo, a qual pode ser aumentada.)
Capítulo 9— o homem nascido cego. Não é um homem que perdeu sua visão e que agora a recupera. Este não é o ponto, absolutamente. A glória de Deus não é encontrada na melhora das coisas, mas é encontrada na ressurreição. É isto o que se sucede aqui. A glória de Deus não é encontrada em nossa capacidade de produzir algo ou colocá-lo nas mãos de Deus, algo nosso, para que Ele o tome e faça uso. A glória de Deus é algo que vem unicamente Dele mesmo, e nós não podemos contribuir com coisa alguma. A glória de Deus se dá a partir do zero. O homem foi nascido cego. O Senhor Jesus deu a ele a visão; ele nunca tinha visto antes.
Então, o capítulo 11 junta tudo. Se você olhar para Lázaro, verá que ele é a representação de "“Eles não têm vinho”". Ele é a representação de "“Você precisa nascer de novo”". Ele é a representação de "“a água que Eu lhe der formará nele…” "Ele é a representação de um estado de bancarrota; mas o Senhor veio para isso. Lázaro é a representação do capítulo 6: " "Eu sou o pão vivo que desceu do céu… para a vida do mundo"". Lázaro é a representação do capítulo 9, um homem que está sem visão, que ganha visão do Senhor Jesus. Lázaro representa tudo isso. Mas, se você notar, ao juntar tudo isso, o Espírito santo é muito cuidadoso em enfatizar uma coisa, principalmente, que o Senhor Jesus não irá tocar a situação até que ela atinja sua posição extrema, onde não haja qualquer remédio humano. Ele não irá vir ao cenário, até que todas as coisas humanas falhem, estejam num ponto zero. E essa não é uma questão de falta de interesse, de solidariedade, de amor, pois aqui o Espírito novamente nos mostra que havia amor. Mas o amor possui uma lei.
A LEI GOVERNANTE – A GLÓRIA DE DEUS
O amor de Deus está debaixo de uma lei: da lei da Sua glória. E Ele somente pode mostrar o Seu amor se isso resultar em Sua glória. Ele é governado por isso. Todas as vezes que Ele demonstrou o Seu amor, Seu objetivo era que Ele fosse glorificado, e a glória de Deus está associada a ressurreição. ""Não te disse que, se creres, versa a glória de Deus?" " ""O teu irão irá levantar novamente" " . A glória de Deus está na ressurreição, e por isso o amor exige que tudo venha ao lugar onde apenas irá resolver a situação; e não curando as coisas, e não remediando um velho homem.
Oh, deixe-me iniciar bem lá atrás no princípio, se for necessário. Há muitas pessoas neste mundo que pensam que existe alguma coisa no homem que pode contribuir para a glória de Deus. Esta é uma falácia mentirosa muito antiga. Isto não é verdade. Chame-o do que quiser, pois ela tem vários nomes, tais como "'a luz interior'" ou "'a centelha divina'". Toda Palavra de Deus é tremenda sobre esse assunto. Eu começo no zero, e zero para mim significa que eu não contribuo com coisa alguma. Tudo vem de Deus. O próprio fato de que o dom de Deus é a vida eterna significa que você não a possui, até que ela lhe seja dada. Você é cego, até que Deus lhe dê a faculdade de ver. Você está morto, até que Deus lhe dá vida. Você está sem esperança, como aquele aleijado, até que Deus faça algo por você, e em você, o qual você jamais pode fazer. A menos que Deus faça isso, a menos que isso ocorra, bem, você continua lá, na sua posição. Espiritualmente, é assim que você está. Você não pode contribuir com nada. Nicodemos, você não tem nada para dar, você precisa nascer de novo; Eu não posso aceitá-lo nesse ponto que você vem a Mim! Mulher de Samaria, você não tem nada, e você sabe e confessa isso: É aí que Eu começo! Homem de Betânia, você não pode fazer coisa alguma, e você sabe disso: então tudo depende de Mim! Se existe alguma coisa é por minha causa! Lázaro, o que você pode fazer agora, e o que alguém pode fazer por você? Se Eu não vir e não fazer a obra, então não resta nada a não ser corrupção!
Esta é uma das maiores lições que você e eu temos que aprender na Escola de Cristo: que Deus, para a Sua glória, começa no ponto zero, e Deus irá se utilizar do sofrimento, através do Espírito Santo, para nos fazer conhecer que é o ponto zero; isto é. Para nos trazer conscientemente ao ponto zero, e nos fazer entender que tudo depende Dele. Como você vê, Deus enxerga sempre o fim das coisas, e o fim é sempre a Sua glória. Tome esta palavra novamente através deste Evangelho __ a glória de Deus em relação a Cristo. Nós dizíamos, numa meditação anterior, que o grande final de Deus para nós em Cristo é a glória, a plenitude da glória. Sim, mas então há uma coisa _ que nenhuma carne possa se gloriar diante Dele. E onde isso acontece? __ "“Aquele que se Gloria, glorie-se no Senhor” "(1 Cor 1:29-31). E a que isto está associado? — "“Ele para nós foi feito sabedoria, justiça, santificação e redenção: que, de acordo com o que está escrito, aquele que se Gloria, glorie-se no Senhor"". É uma questão do que Ele foi feito. Nenhuma carne pode se gloriar diante Dele. ""Minha glória, pois, não a darei a outrem" ". (Isa 42:8; 48:11). Portanto, tudo isso é um assunto do Senhor, e Ele irá reter isso em Suas próprias mãos. ""E quando ele tinha ouvido … ele ficou dois dias … onde ele estava" " (John 11:6). Em amor, governado pelo amor, que a glória de Deus possa ser revelada.
Estamos nós convictos disso? Levamos tanto tempo para aprender essas lições elementares. Nós ainda nos apegamos em algum tipo de idéia de que podemos produzir algo, e todos os nossos miseráveis dias são simplesmente o resultado de acharmos que de algum modo podemos dar algo ao Senhor. Não sendo capazes de tal coisa, mas fracassando o tempo todo, nos tornamos miseráveis, perfeitamente miseráveis. E levamos muito tempo para chegar numa posição onde realmente entendemos completamente essa questão, mesmo que vivêssemos o maior espaço de tempo possível de um homem viver nesta terra, nós não seremos capazes de fornecer com coisa alguma, nem com um "“J” " que seja aceitável a Deus, o qual Ele possa usar para a nossa salvação, santificação, glorificação, absolutamente dada. Tudo o que Deus pode usar é o Seu Filho, e a medida da nossa glória final será a medida de Cristo em nós, apenas isso. Haverá diferenças em glória, como uma coisa difere da outra. Uma é a glória do sol, outra é a glória da lua, outra é a glória das estrelas. Haverá diferença em grau de glória, e a diferença da glória final será de acordo com a medida de Cristo que cada um de nós possui. Isto, por sua vez, depende de quanto você e eu, por fé, estamos realmente fazendo Cristo a base de nossa vida, do nosso ser, quanto o princípio dessas palavras familiares tem sua aplicação em nosso caso, "'Não o que eu sou, mas o que Tu és'". Cristo é toda a glória, " 'o Cordeiro é toda a glória na terra do Deus Emanuel'".
Amados amigos, seja lá o que vocês façam com tudo isso, do ponto de vista de Deus, a glória da vida depende inteiramente da nossa apreensão em fé, apropriação e apreciação de Cristo, e não há glória absolutamente para nós agora ou no tempo que está por vir, mas apenas em Cristo. Eu sei o como isto é muito simples, quão elementar, mas, oh, é uma coisa que governa tudo. Glória __ que o Senhor seja glorificado em nós. Que coisa mais grandiosa poderia acontecer do que o Senhor seja glorificado em nós? A glória de Deus está ligada à ressurreição, e a ressurreição é a única prerrogativa de Deus. Assim, para que Deus seja glorificado em nós, você e eu temos que viver Nele, com a vida da ressurreição, dia após dia, e conhecê-Lo.

FIM
Tradução – V N S - 25/10/08


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A Escola de Cristo (T. Austin-Sparks)


Capítulo 7 

Aprendendo sob a Unção

Ler: Mat 11:29; Jo. 1:51; Mat 3:16; Jo. 1:4; Rom 8:2; 2 Cor 3:16-18.
A Escola de Cristo, isto é, a Escola onde Cristo é a grande lição e o Espírito Santo o grande Mestre; na Escola onde o ensino não é objetivo, mas subjetivo, onde o ensino não é sobre coisas, mas uma obra interior na qual Cristo faz parte da nossa experiência __ esta é a natureza desta Escola.
O SIGNIFICADO DA UNÇÃO
" “Você verá o céu aberto”" . " “Ele viu o céu aberto e o Espírito de Deus descendo sobre Ele”" . Qual é o significado da Unção do Espírito Santo? Não é nada mais e nada menos do que o Espírito Santo assumindo Seu lugar como Senhor absoluto. A Unção é a liderança absoluta do Espírito Santo. Isto significa que qualquer outro senhorio é colocado de lado; o senhorio de nossa vida; o senhorio de nossas mentes; de nossas vontades; de nossos desejos. O senhorio de todo e qualquer interesse ou influência dá lugar ao senhorio do Espírito Santo; a unção jamais pode ser conhecida ou experimentada sem que isso ocorra. É por isso que o Senhor Jesus desceu às águas do Jordão, experimentando a morte, simbolicamente, assumindo o lugar do homem para que, a partir daquele momento Ele não mais ficasse sob o governo de Sua própria vida, em todos os sentidos, ficando completamente sujeito ao Espírito de Deus, em cada detalhe. A sepultura do Jordão estabeleceu o fim de todo e qualquer outro senhorio independente, e, ao ler a vida espiritual de Cristo nos Evangelhos você verá que é nessa posição que Ele se mantém o todo tempo. Muitas e poderosas influências vieram sobre Ele, a fim de governar e influenciar os seus movimentos. Algumas vezes era a própria força de Satanás, tentando influenciá-lo a fazer certas coisas em causa própria, ou para prolongar a sua vida física. Outras vezes Satanás se transvestia com os argumentos e persuasões dos discípulos amados, quando eles buscavam impedi-lo de ir por certos caminhos, ou tentavam influenciá-lo a preservar a Sua própria vida, evitando certos sofrimentos. De várias maneiras as influências vinham sobre Ele, de todas as direções, e muitos dos conselhos pareciam tão sábios e bons. Por exemplo, com relação a Sua ida à festa, foi exercida certa pressão sobre Ele: Todos estão indo à festa: se você não for, irá prejudicar a Sua missão. Se você realmente quer levar adiante a Sua causa, deve aceitar as regras religiosamente, pois irá perder caso não faça isso; você irá diminuir a Sua influência, irá diminuir Sua vantagem! E que apelo é esse se você já tem algo muito forte em seu coração, alguma causa para Deus, e o sucesso pode ser muito importante. Essas foram as influências que vieram sobre Ele. Mas seja Satanás vindo de todas as direções, com suas astúcias e insinuações, ou seja, através dos mais íntimos, dos discípulos amados, seja qual fosse o tipo de argumento, Jesus não podia se desviar um milímetro de Seus princípios. " ‘Eu estou debaixo da Unção; estou comprometido com a absoluta soberania do Espírito Santo e não posso me mover, custe o que custar. Pode até custar a minha vida, a minha influência, a minha reputação, tudo o que eu amo; não posso me mover, a menos que eu saiba do Espírito Santo que aquilo é a vontade do Pai, e não a minha, e nem a de outra pessoa' " . Assim, Ele punha de lado qualquer coisa, até que soubesse em Seu espírito o que o Espírito de Deus testificava. Ele correspondia à esta lei, a este princípio, da absoluta autoridade, governo e senhorio da Unção, e foi para isso que aquela Unção veio.
Este é o significado da Unção. Você quer a Unção do Espírito Santo? Por que você a quer? É a Unção algo que você deseja muito? Para qual finalidade? Para que você possa ser usado, possa ter poder, ter muita influência, possa ser capaz de fazer muitas maravilhas? A primeira coisa que a Unção significa e a mais preeminente é que nós não podemos fazer absolutamente nada, mas apenas aquilo que a Unção ensina e nos leva a fazer. A Unção tira todas as coisas de nossas mãos. A Unção se encarrega da reputação. Ela se encarrega do propósito de Deus. A Unção assume o controle de todas coisas, e tudo a partir daquele momento está nas mãos do Espírito Santo, e devemos lembrar que, se queremos aprender Cristo, este aprender Cristo se dá pelo trabalho do Espírito Santo em nós, o que significa que nós temos que seguir da mesma maneira que Cristo, em princípio e em lei.
Daí descobriremos que não estamos longe do Evangelho de João, que particularmente é o Evangelho espiritual da Escola de Cristo, antes, ouvimos até mesmo Jesus dizer: " “O Filho nada pode fazer por Si mesmo”" . “As palavras que Eu lhes digo, não as digo por mim mesmo”. “As obras que eu faço não são minhas; " “o Pai, que habita em mim, é que faz as Suas obras”" .
" “O Filho nada pode fazer de Si mesmo”" . Como você vê, existe o lado " “negativo” " da Unção; enquanto o lado positivo pode ser resumido em uma palavra _ o Pai. Talvez esta seja uma idéia um pouco diferente sobre a Unção daquela que temos recebido. A primeira coisa sobre a Unção é que nós somos aprisionados ao Senhorio do Espírito de Deus, para que nada nosso possa haver. Nada! Esta não é uma experiência agradável, se a vida natural estiver fortalecida e dominando. Por isso o Jordão deve estar lá, antes de haver qualquer Unção. Colocar esta força natural e esta vida do ego de lado é uma necessidade.
Você percebe essa questão em 2 Cor. 3.16 " “Contudo, convertendo-se um deles ao Senhor, é-lhe tirado o véu"" , quando o Senhor é o objeto em vista, " “o véu é tirado, e todos nós com os rostos descoberto, refletindo como um espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória à mesma imagem… como pelo Espírito do Senhor”" , ou, " "o Espírito que é o Senhor"" . Você está na Escola, e você pode ver Cristo e aprender Cristo; ser transformado à imagem de Cristo pelo Senhorio do Espírito Santo. " "Quando isto se volta para o Senhor"" , quando o Senhor é o nosso propósito em vista! Mas conosco, cristãos muito devotos, muito sinceros, que longo tempo leva para termos o Senhor como o único assunto! Dizer isto é uma coisa terrível? Nós dizemos que amamos o Senhor; sim, mas também amamos ter a nossa vida particular, e não queremos que a nossa vida seja anulada. Será que algum de nós já alcançou aquele ponto de realização espiritual onde não temos mais qualquer dificuldade com o Senhor? Oh, não, nós ainda nos encontramos em um lugar onde freqüentemente pensamos que é do interesse do Senhor que os nossos corações tomem certa direção, e o Senhor não nos permite fazer aquilo, e então temos uma dificuldade; e aquilo nos trai completamente. Nossos corações estão envolvidos com tudo isso. Não foi fácil, nem simples para nós dizer: Muito bem, Senhor, eu gostaria que Tu me permitisse fazer tal coisa, mas eu me deleito apenas em fazer a Tua vontade! Ficamos desapontados quando o Senhor não nos deixa fazer aquilo que queremos; ou se o Senhor retarda as coisas, e temos que esperar. Oh, se pudéssemos chegar logo e fazer aquilo! Não é isso verdade para a maioria de nós? Sim, é verdade! Nós agimos assim, e isso apenas significa que, afinal de contas, o Senhor não é o nosso único objeto, como achávamos que fosse. Temos outros objetos paralelos e associados com o Senhor; isto é, algo que queremos ser ou fazer, algum lugar aonde queremos ir, algo que queremos ter. Está tudo lá, e o Espírito Santo conhece tudo a respeito. Nesta Escola de Cristo, onde o objetivo de Deus é Cristo, somente Cristo, a Unção significa que é Cristo quem deve ser o Senhor pelo Espírito. A Unção assume esta posição. Bem, isto é mais do que suficiente para o momento a respeito da Unção. Isto foi verdade em Cristo, e tem que ser verdade em nós.
" “SENHORIO" " E " "SUJEIÇÃO" "
Se quisermos terminar o curso na Escola de Cristo, se quisermos alcançar a glória, a plenitude da glória de Cristo, ser um instrumento competente nas mãos do Senhor em Seu Reino, a única forma de aprendermos esse governo divino, celestial e espiritual, que é o propósito do Senhor para os santos, é nos sujeitarmos ao Espírito Santo. Esta palavra " ‘sujeição’" , no Novo Testamento, é uma palavra bastante interessante. Penso que ela tem sido tratada de forma errada, e se tem dado a ela um significado muito desagradável. A idéia de sujeição, ou submissão, é usualmente aquela de ser esmagada, de ser posto em posição inferior o tempo todo, supressão. " “Mulheres, sejam submissas aos vossos próprios maridos" " . Isto é interpretado assim: Você tem que ficar por baixo. Mas a palavra não significa isso, absolutamente. Como devemos interpretar o que a palavra grega para submissão, ou sujeição, realmente significa? Bem, escreva o número 1, e em seguida, escreva submissão. Como você irá escrever isso? Você não irá colocar outro número 1 abaixo. A palavra submissão significa " ‘pondo ao lado ou após’" . O 1 é o primeiro número, ele fica em frente de tudo o que vem depois, e governa e dá valor a todo o resto. Submissão significa que Cristo em tudo deve ter a preeminência. Nós vimos depois, e tomamos o nosso valor dele. Não é ser anulado, mas recebendo todas as coisas Dele como a primeira coisa: e você nunca obtém os benefícios até que você conheça a submissão a Cristo. Quero dizer, você vem depois, você toma o segundo lugar e recebe todo o benefício; você obtém valor ao assumir certa posição. A Igreja não está sujeita a Cristo no sentido supressivo, nem está debaixo do Seu calcanhar, mas simplesmente vem depois Dele, está ao Seu lado, para que Ele tenha a preeminência, e a igreja, Sua noiva, recebe todos os benefícios dessa preeminência. A Igreja está em Segundo lugar, sim; mas quem se importa com esse segundo lugar se você irá receber todos os valores do primeiro, assumindo o segundo lugar? Isto é sujeição. O plano do Senhor para a igreja é que ela tenha tudo. Mas como ela irá receber isso? Não assumindo o primeiro lugar, mas vindo ao lado do Senhor, e em todas as coisas deixando que Ele tenha a preeminência. Isto é sujeição, submissão. O senhorio do Espírito não é algo duro, que nos exclui, que tira tudo de nós, ao ponto de não ousarmos nem nos mover. O senhorio do Espírito é nos trazer para dentro de toda essa plenitude de Cristo. Mas nós devemos primeiramente aprender o significado desse senhorio, antes de chegarmos a essa plenitude. É a plenitude de Cristo que recebemos.
O problema sempre foi, desde os dias de Adão até os nossos dias, que o homem não quer a plenitude de outra pessoa, ele quer a sua própria plenitude; ele quer ter a plenitude em si mesmo, e não em outra pessoa. O Santo Espírito remove tudo isso e diz: É a plenitude de Cristo; é Nele. É Ele quem deve ter o lugar de absoluto senhorio, antes de podermos conhecer a Sua plenitude. Bem, por ora acho que isto é suficiente, sobre o significado da Unção. Você conseguiu compreender? O Senhor nos deu graça para aceitar o significado do Jordão, a fim de podermos ter o céu aberto e, através do céu aberto, a unção nos traz toda plenitude celestial. Mas isto significa o total senhorio do Espírito. Nunca iremos entrar na Escola de Cristo até que aceitemos o senhorio do Espírito Santo. Aí está o porquê de muitas pessoas não conseguirem ir muito longe no conhecimento do Senhor. Elas não aceitam as implicações da Unção, jamais desceram no Jordão. O progresso dessas pessoas, sua aprendizagem, é muito lenta, muito pobre. Encontre uma pessoa que realmente conheça o significado da Cruz, do Jordão, em abrir o caminho para o senhorio do Espírito, e você achará um crescimento rápido; você encontrará um desenvolvimento espiritual muito além das demais pessoas. Isto é muito verdade. Este é o exame preliminar.
A PRIMEIRA LIÇÃO NA ESCOLA DE CRISTO
Ao entrar na Escola de Cristo, começa a lição número um. Essa lição não é nada mais do que uma reiteração de tudo aquilo que já temos dito em meditações anteriores. A primeira lição que o Espírito Santo nos leva a aprender é o que chamamos de a total diferença entre a pessoa de Cristo e a nossa pessoa. Esta não é somente a primeira lição, mas também uma lição que continua por toda a nossa vida. Mas é por aqui que o Espírito começa. Você poderia pegar o evangelho de João, armado com este pensamento, e fazer a sua leitura novamente, de maneira firme e tranqüila. Quão diferente Cristo é das demais pessoas, e até mesmo dos Seus discípulos! Você pode ir também para os demais evangelhos com esta mesma mentalidade. Isso será uma aprendizagem para a sua vida se o Espírito Santo estiver com você na leitura. Quão infinitamente diferente Ele é! Esta diferença é afirmada muitas e muitas vezes. " “Vós sois da terra; Eu sou de cima”" . Jo. 8:23. Isto realmente é uma diferença, e esta diferença se torna um contraste gritante ao longo de todo o caminho; um contraste de julgamentos, de mentalidade, de idéias, de valores, um contraste em tudo entre Ele e as pessoas, inclusive os discípulos que com Ele estavam. Sua natureza é diferente. Ele possui uma natureza celestial, uma natureza Divina. Ninguém mais tem isso. Ele possui uma mente celestial. Todos os demais tinham uma mentalidade terrena, e as duas não podem se corresponder em nenhum ponto; há um grande abismo entre elas. Ele é uma pessoa completamente diferente.
Agora, você diz, sendo assim, nós estamos em grande desvantagem. Ele é uma coisa e nós somos outra. Mas esta é a natureza e o significado desta Escola. Como este problema poderá ser resolvido? Bem, será resolvido da seguinte maneira: Jesus está o tempo todo falando sobre um tempo quando Ele estará dentro deles, e eles Nele, e, quando esse tempo chega, a realidade de suas vidas, no mais íntimo do ser, é outra completamente diferente daquela que tinham antes. Isto quer dizer, que Cristo estará dentro deles. Algumas vezes eles irão pensar em fazer algo, mas Cristo não irá permitir. Outras vezes pensarão que não é sábio fazer determinada coisa, mas Cristo se mantém no interior deles dizendo: Prossigam com isso! O homem exterior diz: É loucura! Estou procurando um desastre! Mas o homem interior diz: Você tem que fazê-lo! Essas duas pessoas não podem se reconciliar. Cristo está dentro, e é completamente diferente, e a nossa aprendizagem consiste em aprender a segui-Lo, a seguir o Seu caminho. " “Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo… e me siga”" . Negar-se a si mesmo: seus argumentos, seus julgamentos, seu senso comum. Siga-Me! É isso que Cristo vindica o tempo todo. Homens têm cometido a maior loucura, do ponto de vista da sociedade, e têm sido vindicados. Isto não é uma sugestão para que você vá e cometa algumas loucuras. Estou me referindo a autoridade do Cristo que está dentro de nós, da diferença entre Ele e nós, e esta é a primeira lição que o Espírito Santo irá ensinar a qualquer um que venha para esta Escola de Cristo, que existe esta grande diferença, esta divisão; que Cristo é uma coisa e nós somos outra, completamente diferente; e jamais poderemos nos assegurar que estamos do lado certo, exceto se submetermos todas as coisas a Ele.
Este é o porquê da oração precisar ter tanto espaço na vida de um filho de Deus, e este é o porquê da oração ter tido tanto espaço na vida do Senhor Jesus quando Ele estava aqui neste mundo. A vida de oração do Senhor Jesus é, num certo sentido, o maior problema que você encontra. Ele é o Cristo, o Filho de Deus; Ele está debaixo da Unção do Espírito Santo, e Ele é sem pecado, contudo precisa passar uma noite inteira em oração após um pesado e longo dia de trabalho. Cada vez mais você o encontra em oração. Por que deve Ele orar? Porque existem muitas influências na obra, há outras coisas que estão procurando consideração e obediência, e Ele deve se manter o tempo todo alinhado com a Unção, em harmonia com o Espírito, sob o qual governo ele se colocou. Ele não decidia nada por Si mesmo. Se Ele precisou fazer isso, quem dirá nós? Nós não estamos nem sequer ao nível Dele, sem pecado. A nossa natureza trabalha violentamente contra Deus, contra a vontade de Deus. Muito mais necessário é para nós ter uma vida de oração, pela qual é dada ao Espírito Santo a oportunidade de nos manter na direção certa, em conformidade com o propósito Divino, nos mantendo no caminho do Senhor.
Amados, se há uma coisa que um filho de Deus irá aprender sob o senhorio do Espírito Santo, é principalmente esta diferença entre Ele é nós; quão diferente somos Dele. Mas, louvado seja Deus, pois agora nesta dispensação, se realmente somos filhos de Deus, Cristo não é mais algo meramente objetivo, mas Ele está dentro de nós. Este é o Segundo estágio dessa questão da " ‘diferença entre Ele e nós’" . O primeiro estágio é o fato dessa diferença. Aceitaremos nós isso? O Senhor Jesus é uma pessoa completamente diferente de mim: até mesmo quando penso estar muito correto, eu jamais posso depositar minha confiança sobre meu próprio senso de justiça, até que eu tenha submetido minha justiça a Ele! Isto é algo radical, mas que é necessário. Muitos de nós temos aprendido essa lição. Não estamos falando de um livro, mas de experiência. Muitas vezes ficamos convictos de que estamos corretos e temos prosseguimos adiante, seguindo a nossa própria justiça em determinado julgamento, e nos desapontamos, e entramos numa terrível neblina de perplexidade e confusão. Achávamos que estávamos tão certos, que nem percebemos onde acabamos chegando! E quando pensamos a respeito, e o colocamos diante do Senhor, temos que perguntar a nós mesmos, quanto tempo eu esperei no Senhor e pelo Senhor sobre este assunto. Será que não nos precipitamos um pouco com o nosso senso de justiça? E aqui podemos citar o caso de Davi e a arca. A intenção de Davi estava correta, e o senso de Davi sobre o propósito de Deus estava correto. Que Deus queria a arca em Jerusalém não há dúvida, mas Davi tomou isso em sua alma como uma idéia, e trabalhou nela com grande entusiasmo, dentro de si, e assim ele construiu uma carruagem. A boa intenção, a boa idéia, o espírito devoto, colocou-o num sério problema. O Senhor feriu Uza, e ele morreu diante do Senhor, e a arca foi parar na casa de Obededom, e permaneceu lá, tudo porque um homem teve uma boa idéia, mas não esperou no Senhor. Você conhece a seqüela. Mais tarde, Davi disse para os líderes dos levitas, " “Santificai-vos, tanto vós como os vossos filhos, para que possais trazer a arca do Senhor, o Deus de Israel, para o lugar que eu preparei para ela. Porque vocês não a suportaram da primeira vez, o Senhor fez uma ruptura sobre nós, porque o buscamos não de acordo com a ordenança” " . A instrução estava lá o tempo todo, mas Davi não esperou no Senhor. Se Ele tivesse trazido esse seu entusiasmo devoto tranquilamente diante do Senhor, o Senhor o teria guiado conforme a instrução que tinha dado a Moisés, e dito, em efeito, " ‘Sim, muito bem, mas lembre-se de que esta é a forma como a arca deve ser carregada' " . Não teria havido morte, nem atraso, as coisas teriam ido bem.
Sim, nós podemos ter uma boa idéia, mas precisamos submetê-la ao Senhor, para nos assegurarmos de que não se trata de uma idéia exclusiva nossa, mas sim que a mente do Senhor está sendo gerada em nós. É muito importante aprender Cristo; Ele é completamente diferente de nós.
Você sabe, isto divide os cristãos em duas classes. Existe uma classe mais ampla de cristãos, para os quais Cristo é algo objetivo, exterior. É uma questão de ter adotado uma vida cristã, de modo que agora eles fazem muitas coisas que não faziam antes. Eles vão às reuniões, à igreja, lêem a Bíblia, fazem muitas coisas que não costumavam fazer antes; e também eles agora já não fazem muitas coisas que antes faziam. Tudo é uma questão de fazer ou não fazer, de ir ou não ir, de ser um bom cristão exteriormente. Esta é uma classe bastante grande, com seus vários graus de luz e sombra, de fato uma grande classe de cristãos.
Há outros que estão nesta Escola de Cristo, para os quais a vida cristã é algo interior, de caminhar com o Senhor, de conhecer o Senhor, de conhecer o que está no coração do Senhor, num grau maior ou menor. Esta é a natureza dessa caminhada, uma caminhada e viva com o Senhor, em seus corações. Há muita diferença entre essas duas classes.
O ESPÍRITO DA LEI OU INSTRUMENTO DE INSTRUÇÃO
Bem, devo concluir. É uma diferença total. E de que maneira o Espírito estabelece essa diferença em nós? — porque o Espírito não fala a nós usando uma linguagem audível. Nós não ouvimos uma voz exterior dizendo: Este é o caminho, andai nele! Então como podemos saber? Bem, é o que o apóstolo Paulo chama de " “a lei do Espírito da vida em Cristo Jesus”" . " “Nele estava a vida; e a vida era a luz”" . De que forma devemos saber, por qual meio somos iluminados nessa questão da diferença entre os nossos caminhos, os nossos pensamentos, os nossos sentimentos, e os do Senhor? Como obtemos luz? A vida era a luz. " “Ele que me seguir não andará em trevas, mas terá a luz da vida”" . (João 8:12). " "A lei do Espírito da vida em Cristo Jesus me libertou da lei do pecado e da morte" " . Aí está o instrumento do Espírito, se posso chamá-lo assim, para a nossa aprendizagem: é a vida em Cristo. Isto quer dizer que nós conhecemos a mente do Espírito a respeito das coisas por meio de um processo através do qual detectamos e discernimos a vida, vida Divina, o Espírito da vida. Se estamos vivos para o Senhor, então sabemos quando o Espírito não está concordando com algo, por meio de um senso de morte, há morte naquela direção.
Isto é algo que ninguém pode nos ensinar por meio de palavras, nos dando uma lição. Mas é algo que podemos experimentar. Você o sabe através de reações, violentas reações freqüentemente. Por exemplo, você escolhe uma direção, e tem uma reação ruim. E você insiste nessa direção, para realizar algo, e, se você apenas parasse por um momento e olhasse para aquilo, saberia que é você quem está tentando fazer com que aquilo aconteça. Você sabe perfeitamente que falta espontaneidade naquilo, espontaneidade essa que é a marca do Senhor. Você sabe que o Senhor não está naquilo. Você não tem senso de espontaneidade nem paz. Aquilo é algo que tem que ser forçado, ser conduzido, para que aconteça. Imagino que cada um de vocês, que é um verdadeiro filho de Deus, sabe do que estou falando. Lembre-se, este é o instrumento do Espírito para ensinar Cristo __ a vida. A marca de um homem ou mulher governado pelo Espírito é que eles se movem em vida, e que eles ministram vida, e que aquilo que vem deles é vida, e eles conhecem por meio daquela lei do Espírito onde o Senhor está, o que o Senhor é, o que o Senhor procura, o que o Senhor quer. É assim que eles sabem. Nenhuma voz é ouvida, nenhuma visão objetiva é vista, mas lá no íntimo o Espírito da vida é o juiz, o Espírito da vida.
Quão necessário é para nós estarmos vivos diante de Deus em Cristo Jesus. Quão necessário é que tomemos posse dessa vida. Se Satanás apenas puder trazer aquele espírito de morte sobre nós e deixar o nosso espírito sob o invólucro dessa morte, então ele irá cortar a luz imediatamente e nos deixará cambaleando; não saberemos onde estamos, não saberemos o que fazer. Ele está sempre tentando fazer isso, e estamos numa continua luta pela vida. Tudo para a realização do propósito de Deus está ligado com esta " “vida”" . Esta vida é potencialmente o resumo de todo propósito de Deus. Assim como numa semente está a vida, não apenas a vida de uma semente, mas a vida de uma grande árvore, e, se esta vida se manifestar, então dará origem à uma grande árvore, do mesmo modo, nesta vida que nos foi dada em nossa infância espiritual, nosso novo nascimento, nela há toda plenitude do poder de Deus, e todo o propósito de Deus, e Satanás está do lado de fora, não apenas para tentar cortar nossa vida, mas para tentar impedir que os propósitos de Deus se manifestem nessa vida que nos foi dada, esta vida eternal. O Espírito está sempre envolvido com esta vida, e Ele diz a nós: Cuidem dessa dela; não deixem que nada venha a interferir nesta vida; entendam vocês que, sempre que houver algo que venha a entristecer o Espírito, limitando a operação desta vida, vocês devem imediatamente recorrer ao precioso Sangue que se mantém como uma testemunha contra a morte; esta vida é incorruptível, a testemunha no céu que vence o pecado e a morte, pela qual vocês podem ser libertos das mãos de Satanás. Este precioso Sangue está sobre esta terra sobre a qual devemos enfrentar tudo aquilo que entristece o Espírito e limita a operação da vida, pela qual vimos a conhecer Cristo, neste caminho vivo, o qual está sempre crescendo até chegar à plenitude. Que o Senhor nos ajude.
A Luz da Vida!
A Luz da Vida!
A Luz da Vida!
A Luz da Vida!


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quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

A Escola de Cristo - T. Austin-Sparks



Capítulo 6 

Um Céu Aberto

Temos sido levados a pensar, nessas meditações, sobre estar na Escola de Cristo, onde toda aprendizagem, instrução e disciplina visam conhecer Cristo, aprender Cristo; não aprender sobre Cristo, mas aprender Cristo. Este é o ponto de maior dificuldade em tentar tornar as coisas claras e planas. Poderíamos tomar tudo que há sobre Cristo como uma doutrina, como um ensino, mas isso não é o que buscamos. Isto não é o que o Senhor procura. Mas é a própria pessoa de Cristo. Ele mesmo é a viva e pessoal corporificação, a personificação de toda verdade, de toda vida, e o propósito e a vontade do Senhor para nós não é que conheçamos a verdade em seus múltiplos aspectos, mas que conheçamos a Pessoa viva, de uma maneira viva, e que essa Pessoa seja revelada a nós, e que sejamos incorporados nessa Pessoa, para que toda verdade se torne viva, ao invés de uma verdade meramente teórica e técnica.
Repetindo mais uma vez o seguinte: (e eu não posso dizer a você com que força isto tem vindo ao meu próprio coração) Sempre que as coisas estão em risco de se separar da plenitude de Cristo, Deus irá sempre trazer de volta uma revelação fresca de Seu Filho. Ele não irá levar à uma recapitulação de verdades como tais. Ele irá trazer tudo aquilo que for necessário através de uma fresca revelação de Seu Filho, uma revelação ou apresentação de Seu Filho em plenitude. Em relação a isso, nós temos mais do que já foi dito nessas meditações, que o Evangelho escrito por João e suas cartas, e o Apocalipse, são as últimas coisas na dispensação do Novo Testamento. Elas foram escritas e trazidas quando a Igreja do Novo Testamento estava se desviando de sua glória inicial, e pureza, e verdade, e santidade, e espiritualidade, tornando-se um sistema cristão terreno. A forma de Deus lidar com aquela situação foi através desses escritos, os quais são uma nova revelação de Seu Filho celestial, Divino, plenitude espiritual. É um retorno a Cristo, e o Espírito Santo faria isso o tempo todo. Ele nos traria de volta à Pessoa, para nos mostrar o que a Pessoa representa espiritualmente. Devemos ser cuidadosos, para que em nossa passagem dos Evangelhos para as Epístolas, não tenhamos o sentimento de que as coisas elementares ficaram pra trás e que temos ido agora para as coisas não tão elementares; isto é, que as Epístolas são algo mais avançado do que os Evangelhos. Enfaticamente elas não são. Elas são apenas um desvendar dos Evangelhos. Tudo que está nas Epístolas também está nos Evangelhos, e as Epístolas são simplesmente a interpretação de Cristo, e o Senhor jamais iria nos ocupar com uma interpretação que se desviasse da Pessoa.
TODAS AS COISAS EM CRISTO
Agora, se eu estivesse conversando com as pessoas que foram responsáveis pela edificação da Igreja, este seria um assunto muito importante com o qual se ocupar por um instante; mas este assunto também se aplica a nós. Nós tomamos o livro de Atos e as Epístolas com o objetivo de estabelecer a técnica da Igreja, a fim de adotá-la como um sistema cristalizado de prática, regra, forma e ensino, e o erro de tal atitude é simplesmente este: a técnica é apenas algo em si mesma, ficando o Senhor Jesus de fora, esquecido. Eu me pergunto se você compreende o que quero significar? Como você vê, o modo como o Santo Espírito age é tomando Cristo e revelando-O ao coração, mostrando que Cristo é a ordenança celestial, e não aquilo que as Epístolas estabelecem como um manual, mas Cristo é a ordenança, e tudo em matéria de ordenança tem que estar imediatamente relacionado à Ele. Se tal ordenança passa a ser uma coisa, então ela se torna um sistema terreno; você pode criar uma centena de sistemas terrenos, todos construídos com base nas epístolas. Esses sistemas são criados para apoiar as diferentes interpretações, representadas aqui por ordenanças cristãs, e a razão é que essas ordenanças estão divorciadas da Pessoa de Cristo.
Como você vê, há inúmeras coisas, inúmeros objetos, temas, ensinos. Há o " “reino de Deus”" , há a " “santificação”" , há a " “vida eterna”" , há a " “vida vitoriosa”" , " “o vencedor”" , há " “a segunda vinda de Cristo”" . Todas essas coisas não passam de apenas matérias, temas, verdades, como são chamadas, que têm sido tomadas e desenvolvidas a partir das Escrituras, e se tornaram coisas com as quais as pessoas têm se ocupado bastante, e nas quais elas estão muito interessadas, mas apenas como coisas. Assim, certas pessoas se juntam ao redor do ensino da santificação, e se tornam " “santificacionalistas”" , e a coisa se torna um " “ismo”" . Outras se juntam ao redor do Segundo Advento, a Vinda do Senhor, profecia, e tudo mais. Assim, você encontra grupos como esses. Quero dizer que isso tudo não aconteceria se a Pessoa do Senhor Jesus fosse dominante. O que é o Reino de Deus? É Cristo. Se você entrar de maneira correta nos Evangelhos, verá que o Reino de Deus é Jesus Cristo. Se você está em Cristo, você está no Reino, e você sabe, pois o Espírito Santo lhe ensina Cristo, o que é o Reino em cada detalhe. Em primeiro lugar, o Reino não é uma coisa. O Reino, quando ele se torna algo universal, irá simplesmente ser a expressão e a manifestação de Cristo. Isto é tudo. Você chega ao Reino em e através de Cristo; e o mesmo é verdade para tudo mais.
O que é santificação? Não é uma doutrina. Não é uma coisa, absolutamente. É Cristo. Ele foi feito por nós santificação (1 Cor. 1.30). Se você está em Cristo, e se o Espírito Santo está ensinando Cristo a você, então você está conhecendo tudo sobre santificação; mas, se não estiver, você pode ter a teoria e a doutrina da santificação, mas ela irá separar você dos demais cristãos, e ela irá deixar muitos cristãos em dificuldades. Provavelmente o ensino da santificação como uma coisa tem deixado mais os cristãos em dificuldade do que qualquer outra doutrina em particular, por fazer dela uma coisa, ao invés de manter a Cristo como nossa santificação.
Eu apenas estou dizendo isto para tentar explicar que é na Escola de Cristo o lugar onde devemos ser achados, onde o Espírito Santo não nos ensina " "coisas”" , nem " "doutrinas de igreja"" ; nem " ‘santificação’ " ; nem " ‘adventismo’" ; nem qualquer outra coisa, mas nos ensina " “Cristo”" . O que é o adventismo? O que é a vinda do Senhor? Bem, tal palavra nos dá a chave: " “Ele virá para ser glorificado nos Seus santos, e para ser admirado por todos os que crêem” " (2Tes.1.l0) Como você vê, a vinda do Senhor é a consumação de algo que tem se dado em nosso interior. Como, então, eu sei que a vinda do Senhor está próxima? Não somente pelos sinais proféticos, mas também pelo que está acontecendo no interior dos corações das pessoas de Deus. Este é o melhor sinal dos tempos, principalmente pelo que o Espírito Santo está fazendo no povo de Deus. Mas talvez você não esteja interessado nisto. Você certamente saberia em breve o que iria acontecer entre a Alemanha e a Rússia, se esses dois países realmente se tornariam uma confederação! Até que ponto isso nos atinge? Onde toda essa conversa sobre o Reavivamento do Império Romano tem a ver conosco? Isto é " ‘adventismo’ " como uma coisa. Se tão somente nos mantivermos chegados a Ele, que é a essência de toda verdade, e nos movermos com Ele, e aprendermos a Ele, saberemos o curso das coisas. Saberemos o que é iminente. Teremos em nosso coração sussurros de preparação. O melhor Advento de preparação é conhecer o Senhor. Não estou dizendo que não há nada na profecia: não me entenda mal. Mas eu sei que há multidões de pessoas que estão simplesmente ocupadas com as profecias como uma coisa, de na qual a vida espiritual não é importante; pessoas que realmente não tem um caminhar profundo com o Senhor. Temos visto isto freqüentemente.
Nunca irei esquecer, numa visita que fiz a certo país, indo a uma das grandes cidades onde era pra eu pregar por uma semana. Tudo, então, foi organizado para que minha primeira mensagem viesse após a última mensagem de certo homem que tinha estado lá uma semana antes de mim, que tinha discorrido sobre profecia por toda semana. Eu entrei na última reunião, quando ele deu a sua mensagem final sobre os sinais dos tempos. Os cadernos de anotações estavam abertos, e as pessoas registravam tudo, fascinadas. Era tudo exterior, tudo objetivo; tais coisas como o Reavivamento do Império Romano e a reconquista Palestina. Você sabe, essas coisas todas. Então ele terminou e as pessoas ficaram esperando por algo mais. O Senhor colocou em meu coração que a primeira palavra deveria ser, " “E todo aquele que Nele tem esta esperança purifica-se a si mesmo, assim como Ele é puro” " (1Jo.3.3); para falar sobre o efeito espiritual desta esperança espiritual. Mas as pessoas não estavam interessadas nisso. Os cadernos de anotações estavam fechados, lápis colocados de lado, não havia interesse em saber se eu estava no Senhor, se estava sendo verdadeiro, quanto ao que tudo aquilo poderia significar interiormente, em conformidade ao Senhor, e assim por diante. Elas estavam apenas esperando pelo final da reunião. Quando eu terminei __ e elas mal esperaram que eu terminasse __ levantaram-se e foram embora.
Oh, não, é o Senhor, e o Espírito Santo nos traria de volta para o Senhor, e isto não é, afinal de contas, voltar a coisas elementares e sem sentido, mas voltar a Cristo. É voltar para a única base sobre a qual o Espírito Santo pode realmente realizar todo o propósito e toda a vontade de Deus, para estar na Escola de Cristo onde o Santo Espírito está ensinando Cristo; e a maneira do Espírito Santo ensinar Cristo é experimental.
A NECESSIDADE DE NOVAS FACULDADES MENTAIS
Agora, é aqui que nos tornamos tão aparentemente elementares. Como você vê, a própria natureza dessa escola exige a mudança mais drástica em nós mesmos.
É impossível entrar para a Escola de Cristo, onde o Espírito Santo é o grande tutor, até que a maior mudança tenha ocorrido em nós. Temos que ser recriados novamente, ou essa escola nada significará. Não podemos entrar nela com alguma esperança de aprender Cristo da melhor maneira, sem que toda uma nova faculdade mental tenha sido nos dada. Temos que ganhar capacidades que não possuímos naturalmente. " “Se alguém não nascer do alto, não pode ver o Reino de Deus” " Jo.3.3; e esta é a maneira de Deus afirmar um fato tremendo.
Esse Reino é um reino no qual certas coisas não têm absolutamente qualquer correspondência com o nosso, com as quais naturalmente não temos qualquer poder de comunicação. Dê uma passeada por um jardim. Caminhe entre as batatas e vegetais e converse com eles; fale tudo o que quiser. O que as batatas pensariam de você? O que os repolhos diriam de você? Eles nem mesmo ouvem ou entendem o que você está falando, seja o que for. O tipo de vida deles não é igual ao seu. Eles não pertencem ao seu reino. Não há correspondência entre eles e você absolutamente. Eles não têm a capacidade, o dom, a qualificação, para as coisas mais elementares que você possa estar lhes falando. Você pode estar falando sobre coisas fúteis como roupa, coisas do dia-a-dia: eles não conhecem. É dessa forma. Simplesmente há uma grande divisão entre nós e o reino de Deus. “O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhes parece loucura; e não pode entendê-las…(1Cor.2.14) A barreira é tão grande que, se você e eu fôssemos levados em nosso estado natural para o lugar onde o Espírito de Deus estava falando, a menos que o Espírito de Deus fizesse um milagre em nós, todas as coisas seriam de um outro mundo. E não é assim? Vocês que crêem, saiam por este mundo e falem sobre as coisas do Senhor, e vejam as pessoas ficarem de boca aberta com vocês! Tudo é estranho para elas. É assim mesmo. " “Se alguém não nascer de novo, não pode ver o Reino de Deus” " . Para entrar nesta escola, algo tem que acontecer a nós, e isto significa que nós temos que ser recriados novamente, com outras qualificações e habilidades para as coisas de Deus. Esta é a natureza desta escola. É a Escola do Espírito de Deus. Eu sei que isso é muito elementar, mas, afinal de contas, não é isso aquilo que está sendo imprimido em nós o tempo todo? Está ficando familiar para nós como podemos ouvir as palavras, embora que elas possam não significar algo para nós. Precisamos que a nossa capacidade para a compreensão espiritual seja alargada cada vez mais. Estamos naturalmente em desvantagem em toda essa questão.
O FIM DA VIDA DO EGO
Há uma passagem que não posso deixar de mostrar. Ela tem estado comigo por muito tempo, e tem sido a base de nossa meditação. É João 1.51, e me parece que essas palavras nos introduzem à Escola de Cristo, principalmente aquelas que o Senhor Jesus falou a Natanael. Penso que seria de grande ajuda ler a seção toda do verso 47:
" “Jesus viu Natanael vindo a Ele, e disse dele: Eis aí um verdadeiro israelita, em quem não há dolo! Natanael disse para Jesus: De onde me conheces? Jesus respondeu e disse: Antes que Felipe lhe chamasse, eu lhe vi debaixo da figueira. Natanael respondeu a Jesus: Mestre, Tu és o Filho de Deus; Tu és o Rei de Israel. Jesus respondeu e disse: Porque Eu te disse, Vi-te debaixo da figueira, acreditais? Você verá coisas maiores do que essas. Em verdade em verdade te digo: Verás o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” "
Aqui nós estamos nos aproximando da Escola de Cristo, e há uma coisa que é essencial, antes até mesmo de passarmos pela soleira dessa Escola, e isto é marcado pelas seguintes palavras: “Eis aí um verdadeiro israelita, em quem não há dolo!” Isto, colocado lado a lado com as palavras finais _ " “os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem”" _ dá-nos um retrato completo de todo o contexto.
No tempo em que Jacó, por meio de chantagem _ você se lembra dessa história _ furtou a primogenitura e teve que fugir por sua vida, ele havia visto uma verdade muito grande, embora turva como tipo ou figura; era uma verdade que ele, então, não era capaz de entender. Jacó, naquele tempo, jamais poderia ter compreendido o significado daquilo que ele viu, principalmente a Casa de Deus, Betel; aquele lugar _ onde céu e terra se encontravam, Deus e o homem _ é o grande elo, é o lugar onde Deus fala e se faz conhecido, onde os propósitos de Deus são revelados. Por que era este o caso de Jacó? Ele era enganador. Vamos deixá-lo seguir por vinte anos debaixo de disciplina, e, no final encontrar o impacto do céu sobre sua vida terrena, sua vida natural, o impacto do Espírito sobre sua carne, o impacto de Deus sobre si mesmo no Vau de Jaboque, e deixemos que essa vida carnal e terrena seja esmagada, aniquilada e fique murcha, e leve a marca pelo resto de seus dias debaixo da condenação de Deus, e, então, com o Jacó julgado, o Jacó esmagado, ferido, aniquilado, ele pode voltar e derramar sua libação em Betel. O seu dolo foi tirado. Ele agora não se chama mais Jacó, mas Israel, em quem, falando em tipo e figura, não há mais dolo. A obra não havia terminado, mas uma crise aconteceu.
O Senhor Jesus está dizendo aqui, resumindo, apenas isso: que para entrar no lugar do céu aberto, onde para você Deus está descendo e se comunicando, onde a glória de Deus habita, e onde você experimenta o significado de Betel _ que nada mais é do que vir a Mim; entrar em Mim, e habitar comigo, como a Betel, a Casa de Deus, e usufruir de todo bem do Céu e de Deus _ significa que você chegou a um lugar onde a vida natural ficou reduzida, quebrada e aniquilada. Você não pode entrar nesta Escola até que esta experiência tenha lhe acontecido, e isso é necessário, para que o Senhor possa dizer de nós em Cristo, ao chegarmos na soleira daquela porta: Eis aí, um verdadeiro israelita, em quem não há mais Jacó; você verá o céu aberto! Falar da vida de Jacó é, afinal de contas, apenas outra maneira de falar de uma vida do ego, em sua totalidade. Jacó era um eleito. Ele tinha um conhecimento histórico sobre Deus, mas a transição da vida natural para a espiritual se deu através de disciplina e crise.
Deixe-me ficar com isto. Eis aí o Senhor Jesus. Ninguém ousaria dizer que a Sua vida terrena pessoal era igual a nossa: poluída, corrupta, pecadora. Não absolutamente! Embora Jesus tivesse uma vida individual própria, sem pecado. Para Ele a vida própria Dele significava que podia agir, falar, pensar, julgar e se mover por Si mesmo. Isto é tudo. Não com maus intentos, não como motivado ou influenciado por alguma coisa pecaminosa e corrupta, mas simplesmente de forma independente. Ele poderia agir de forma independente, porém tomou a posição de não agir ou falar de forma independente de Seu Pai. Isto seria independência, e simplesmente daria ao inimigo a abertura que ele estava procurando.
Meu ponto é o seguinte, que você e eu não podemos imaginar uma vida independente apenas como algo manifestadamente corrupto, pois há muita coisa feita para Deus, por nossa própria iniciativa, com as intenções mais puras. Há muitas idéias, pensamentos, julgamentos, que são sublimes, bonitos, mas tudo isso são coisas nossas. As coisas de Deus são completamente diferentes.
Assim, bem na entrada da porta da Escola de Cristo, o Senhor coloca algo bem absoluto. O Vau de Jaboque. Jaboque era um tributário do Jordão, e as implicações do Jordão estão lá, na soleira dessa Escola. Jacó aceitou o Jordão a fim de entrar na escola do Espírito por três anos e meio. Você e eu não poderemos entrar nessa escola da Unção por outro caminho. Tem que ser dessa maneira. Você e eu iremos aprender Cristo somente quando essa natureza de Jacó for aniquilada. Não estou falando meramente de doutrina ou técnica. Acredite, eu sei exatamente sobre o que estou falando.
Conheço isso como a maior realidade em minha história. Eu sei o que é ter estado trabalhando com toda minha força para Deus, pregando o Evangelho por mim mesmo por anos. Oh, eu sei; eu sei que trabalho duro é, como se existisse uma redoma sobre nossa cabeça. Quantas vezes permaneci no púlpito e disse em meu coração: se eu, de alguma forma, conseguisse romper essa redoma acima da minha cabeça, e, ao invés de pregar aquilo que tenho conseguido dos livros e colocados em minhas anotações, e ter que estudá-lo, pudesse eu descartar tudo isso e, com um céu aberto, pudesse falar aquilo que Deus está dizendo em meu coração! Esse era o meu desejo por anos. Eu sentia que havia algo assim, mas não consegui isso até que a grande crise de Romanos 6 chegasse, e junto com essa crise veio o céu aberto. Tem sido diferente desde então, completamente diferente. “Você verá o céu aberto”; toda aquela pressão acabou; todo aquele fardo acabou; toda aquela limitação acabou; não há mais qualquer redoma. Isto é a minha glória hoje. Perdoe-me por essa referência pessoal. Digo isso porque não estamos aqui para dar referências; estamos totalmente na realidade desse assunto do Espírito Santo diretamente e imediatamente revelando Cristo a nós, e isto crescendo cada vez mais; mas essa experiência não pode acontecer até que cheguemos ao nosso Jaboque; até que essa ‘vida de Jacó’ seja tirada por meio de uma crise, e o Senhor possa dizer: Um verdadeiro Israelita, em quem não há ‘Jacó’; você verá o céu aberto! Existe uma redoma, um céu fechado sobre nós por natureza, mas, bendito seja Deus! A Cruz rasga os céus; o véu é rasgado de cima a baixo, e Cristo é revelado através desse véu rasgado, que é a Sua carne. Ele não mais é visto como o homem Jesus; Ele é visto em nossos corações em toda plenitude do plano de Deus para o homem. É uma coisa tremenda ver o Senhor Jesus, e é uma coisa tremenda continuar a vê-lo cada vez mais. É dessa forma que tudo começa __ Eis um verdadeiro israelita, em quem não há dolo, nem Jacó! (vida de Jacó) Você verá o céu aberto!
UMA NOVA PERSPECTIVA PARA UM NOVO HOMEM
Esta palavra: “verás o céu aberto” _ é uma nova perspectiva para um novo homem. Na Versão Autorizada, uma palavra é adicionada, a qual foi deixada de fora na Versão Revisada. Eu a coloco pela simples razão de estar ela implícita no original, sem que a palavra seja necessariamente introduzida. Na Autorizada diz, “A partir de agora verás o céu aberto". Na Versão Revisada, esta primeira palavra foi tirada, e apenas diz: "Verás o céu aberto . . ." Porém "verás" é algo futuro, é um tempo que aponta para um dia futuro. Não é “você está vendo”, mas "você verá". É uma nova perspectiva para um novo homem; e isso consiste numa nova era. É a era do Espírito Santo, porque, com a vinda do Espírito Santo, o céu aberto tornou-se uma realidade. A Cruz resulta num céu aberto para nós, mas é o Espírito Santo quem realiza isso em nós, exatamente como no caso daquela morte típica e simbólica, bem como a ressurreição do Senhor Jesus no Jordão, quando os céus foram abertos para Ele. Ao ressuscitar, os céus se abriram para Ele. O Espírito, então, iluminou e repousou sobre Ele, e o Espírito se tornou, podemos dizer, o canal de comunicação. É a era do Espírito Santo fazendo com que todos os valores de Cristo sejam reais em nós. “Você verá”; e, graças a Deus, o que era futuro para Natanael é presente para nós.
Aquela era já chegou. Nós estamos na era do Espírito Santo, do céu aberto.
A MARCA DE UMA VIDA UNGIDA PELO ESPÍRITO SANTO
Agora, qual é, então, a marca de uma vida ungida pelo Espírito Santo? Você se lembra quando Paulo foi a Éfeso, ele encontrou certos discípulos e, sem nos dar qualquer explanação da razão de sua pergunta, ele imediatamente disse, “Vocês receberam o Espírito Santo quando creram?” A resposta deles foi, “Nós nem ouvimos falar que existe Espírito Santo”. Então a próxima pergunta de Paulo é cheia de significado, nos levando de volta para o Jordão. “Em que, então, foram vocês batizados?” O batismo está ligado a essa realidade vital. Se você não conhece o Espírito Santo, qual é, então, o significado do seu batismo? Oh, nós fomos batizados com o batismo de João. Oh, eu sei. Bem, “João batizou com o batismo do arrependimento, dizendo para as pessoas que elas deveriam crer naquele que havia de vir após ele, isto é, em Jesus. “Então, quando ouviram isto, foram eles batizados em nome do Senhor Jesus, eles foram batizados em Cristo, e o Espírito Santo veio sobre eles. Assim, eles entraram para a Escola de Cristo; e a marca de uma vida ungida pelo Espírito é que você conhece Cristo nesta vida, e esse conhecimento cresce cada vez mais.
Oh, ouçam isto, pois não é algo tão elementar e desnecessário como parece. Alguns de nós, naturalmente, somos alunos muito limitados, e levamos um longo tempo para aprender. Levou décadas, no meu caso, para chegar à uma real percepção disso tudo. Nós sabemos e temos descoberto que o nosso conhecimento pessoal de Cristo é uma coisa muito pobre. Somos constantemente trazidos a isso. Finalmente, mais cedo ou mais tarde, você e eu chegamos a um ponto onde exclamamos, " ‘Oh, não é de doutrina, nem de verdades, nem de temas, nem de matérias nem de Escritura como uma mera matéria que preciso conhecer!' " . É maravilhoso quando você sabe tudo isso; mas deixe um homem entrar no fogo, numa prova profunda, em problemas e perplexidades, e, então, de que adiantará todas as suas doutrinas e todos os seus estudos bíblicos? Qual o valor disso? Isso realmente não resolve os seus problemas, nem faz com que você consiga superá-los. É uma tragédia. É verdade que muitos de nós, que temos ido atrás das doutrinas da Bíblia, e trabalhado nelas, que sabemos o que a Bíblia fala sobre certas coisas como redenção, regeneração, julgamento, justificação pela fé, santificação, e assim por diante; a verdade é que, após termos corrido atrás dessas coisas, tendo todas as doutrinas muito bem elaboradas, porém, ao passarmos por uma experiência espiritual terrível, tudo aquilo não serve para nada, e chegamos à conclusão de que esse cristianismo não funciona! A única coisa, então, que pode ajudá-lo não é o seu lindo livro de anotações, cheio de doutrinas, mas: O que eu conheço do Senhor pessoalmente e individualmente em meu coração? O que o Espírito Santo tem revelado em mim e para mim, e que faz parte de mim, de Cristo? Mais cedo ou mais tarde, é para esse ponto que estaremos chegando. Seremos levados para um conhecimento vivo e espiritual do Senhor; pois somente Cristo, revelado em nosso ser pelo Espírito Santo, pode nos salvar numa hora difícil. Chegará o dia quando iremos abrir mão de todas as coisas, em troca desse conhecimento espiritual e interior de Cristo; abriremos mão de todo nosso conhecimento intelectual e mental. Muitos daqueles que foram gigantes no ensino e na doutrina tiveram que passar por um momento bem negro em suas vidas. Como eles conseguiram passar por essa experiência dependeu do conhecimento interior que tinham do Senhor, em oposição ao mero conhecimento intelectual. Como posso eu explicar o que isso significa?
Bem, por exemplo, você descobre algo na área da alimentação que realmente é bom pra você. Você já passou por tudo quanto é lugar e experimentou de tudo; tudo o que as pessoas podiam fornecer a você, para ajudá-lo numa determinada enfermidade ou fraqueza, mas nada teve efeito. Porém, um dia, você descobre alguma coisa que realmente funciona, e na próxima vez que você sofre da mesma enfermidade, então você toma aquele medicamento e obtém a cura. É isto o que eu quero dizer, com referência a esta questão de como e o que Cristo deve ser em nós. Ele deve ser em nós algo no qual podemos realmente descansar em segurança e confiar, pois somente dessa forma Ele irá nos ajudar a passar pela prova. Temos que conhecê-lo desta forma. Esta é a única maneira de conhecermos Cristo, e isso é experimental. " “Você verá o céu aberto” " .O Espírito Santo foi enviado para que Cristo seja revelado em nós como sendo a nossa própria vida. Vocês verão quando o Espírito vier: esta é a marca de uma vida ungida. Você verá! E são realmente grandes esses momentos quando vemos. Alguns de nós têm tido esses grandes momentos de formas específicas, e têm visto também outras pessoas tendo esses grandes momentos. Contudo, temos sabido que tais pessoas no passado haviam conhecido tudo a respeito de certas " “coisas”" , sobre as quais foram ensinadas, e passaram a se ocupar com elas por vários anos; e, então, de repente aquilo tudo se abre para elas, e dizem: Agora eu estou começando a entender aquilo que tem sido dito esse tempo todo!
Eu me lembro de um homem que cresceu numa família muito santa, cujo pai eu sempre costumava associar a Charles G. Finney. Ele era como Charles G. Finney em espírito, alma e corpo; e um de seus filhos que cresceu nesse lar maravilhoso foi um de meus grandes amigos por anos. Tínhamos uma verdadeira amizade, sempre conversando sobre as coisas do Senhor. Um dia _ me lembro disso como se fosse hoje, na esquina de Newington Green— Eu estava indo encontrá-lo, e, como ao chegar em direção a Newington Green, vi-o de longe. Vi-o sorrindo, e nos encontramos e apertamos as mãos. Ele tinha um grande sorriso. Então ele me disse: Você sabe, fiz uma descoberta. Eu respondi: Qual é a sua descoberta? Descobri que Cristo está em mim! “Cristo em vós, a esperança da glória”, isso se tornou uma realidade para mim. Bem, eu respondi: Eu poderia ter dito isso a você anos atrás. Ah, esta é a diferença, ele disse: Eu vi isso agora, eu conheço isso agora.
Você entende o que eu quero dizer. É apenas isso. Oh, que bom que o mundo fosse cheio de cristãos como aquele! Não é esta a necessidade? Da mesma forma como isto foi dito a Natanael, também deve ser verdade para nós. Isto não foi dito a Pedro, nem Tiago, nem João no Monte da Transfiguração: foi dito a Natanael, alguém que pertencia a um círculo mais afastado. Isto é para todos; e se isto requer esforço, prova, note o que o Senhor Jesus disse: " “Você verá o céu aberto, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem” " .O que aconteceu? Uma tremenda transição ocorreu no curso de poucas sentenças. Eis aí um verdadeiro Israelita! Isto é para Israel; para Jacó, sim, o pai de Israel; para os filhos de Jacó, o Israel terreno. Ah, sim, isto está puramente dentro da limitação terrena, puramente dentro da limitação de um povo dentre as nações, e dentro da limitação dos tipos. Sim, mas agora devido a tremenda transição, o Senhor cancelou algo que Natanael disse: " “Tu és o Rei de Israel”" . Rei de Israel? Isto não é nada. Você irá ver coisas maiores do que estas. Você irá ver os céus abertos, e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem! Isto é algo muito mais amplo do que Israel. O Filho do homem! Isto é racial, universal; isto é para todos os homens que virão, não apenas para Israel. Você verá coisas maiores! Os céus abertos _ e para quem? Não apenas para Israel, mas para todos os homens em Cristo. O Filho do homem.
Este título, Filho do homem, simplesmente representa o plano de Deus em relação ao homem. Oh, o grande plano e intenção de Deus a respeito do homem. O céu aberto é para o homem quando ele é trazido por Deus em Cristo. O céu aberto é para o homem: Deus se revelando a Si mesmo para o homem no Homem. Isso tudo é para nós. Que ninguém pense que este céu aberto, esta unção, é para alguns poucos. Oh, não, é para todos. O desejo de Deus, o pensamento de Deus, é que você e eu, os mais humildes, os loucos, os mais fracos entre os homens, os mais limitados naturalmente, pudesse descobrir que a nossa herança é um céu aberto. Em outras palavras, você e eu podemos, em Cristo, conhecer esta maravilhosa obra do Espírito Santo, numa revelação interior de Cristo cada vez crescendo mais até a plenitude. Isto é para nós, para cada um de nós. Que o mais avançado cristão possa ter esse mover em direção ao Senhor, sobre essa matéria, e que todos nós realmente possamos chegar a esta primeira crise onde a redoma sobre nós se quebre, e conheçamos um céu aberto, o Espírito revelando Cristo em nossos corações, para a Sua glória.


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A Escola de Cristo - T. Austin-Sparks

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